Cálice
2023Estreia
VI FesTiM
Letra
Chico Buarque
Adaptação
Quantunna
PAI, afasta de mim esse cálice
PAI, afasta de mim esse cálice
PAI, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
.
Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
.
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta (Pai)
.
PAI, Afasta de mim esse cálice
PAI, Afasta de mim esse cálice
PAI, Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
.
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
.
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa (Pai)
.
PAI, Afasta de mim esse cálice
PAI, Afasta de mim esse cálice
PAI, Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
.
Talvez o mundo não seja pequeno (Cálice)
Nem seja a vida um fato consumado (Cálice, Cálice)
Quero inventar o meu próprio pecado (Cálice, Cálice, Cálice)
Quero morrer do meu próprio veneno (Pai, Cálice, Cálice)
.
Quero perder de vez tua cabeça (Cálice)
Minha cabeça perder teu juízo (Cálice)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (Cálice)
Me embriagar até que alguém me esqueça (Cálice)